segunda-feira, 25 de abril de 2016

As fases do trabalho de parto



O trabalho de parto é um dos momentos de maiores tensões para as mamães, sejam elas de primeira viagem ou não. Claro que quando nunca se passou por essa experiência, além de toda a ansiedade, vem também o medo de não ocorrer tudo como esperado. Nesse momento, conhecer todo o processo ajuda e muito a tornar essa experiência em algo realmente maravilhoso. 



Cada parto é único! Mesmo que uma mulher já tenho tido essa experiência, nenhum parto será igual ao outro. Vários são os fatores que influenciam no trabalho de parto, como a posição do bebê, a saúde e o histórico médico da mulher, suas expectativas e sentimentos com relação ao parto, as pessoas que estarão à sua volta para lhe dar suporte emocional, a equipe de assistência e até mesmo o lugar onde o parto vai acontecer. Dessa forma, não há como prever como será o trabalho de parto, mas é possível descrever cada fase e o que esperar de cada uma.

Fase pré-parto (Pródromo)



A palavra pródromo significa sinal anunciador, primeiros indícios de alguma coisa. Em se tratando de gravidez, indica os primeiros sintomas que indicam que o trabalho de parto está próximo. 

Esse preparatório para o parto pode durar dias ou semanas. A duração e a intensidade das contrações varia bastante. A mulher pode perder o tampão mucoso e sentir dores nas costas. Para algumas mulheres, os sintomas dessa fase são quase imperceptíveis. Para outras, causam dificuldade para dormir ou descansar.

A gestante pode sentir frustração caso essa fase demore ou ainda seja muito dolorida, o que pode causar a sensação de que não há progresso no trabalho de parto. Esse é o momento em que ter paciência é fundamental, principalmente se a mãe sonha com um parto normal. Não raro as mães que sedem a pressão de fazer uma cesariana pois não "tem dilatação", quando na verdade apenas ficaram mais tempo na fase preparatória. Nesse caso é importante um acompanhamento adequado, para que as condições do bebê possam ser monitoradas de forma eficiente. Se o bebê apresenta boas condições vitais, bem como a mãe, não há necessidade de apressar o processo com uma intervenção cirúrgica. É nessas horas que o conhecimento faz toda a diferença para esperar o trabalho de parto ou intervir caso seja realmente necessário.



Algumas medidas, como um banho quente podem ajudar a relaxar. Caso as contrações parem ao sair do chuveiro é sinal de que eram mesmo pródromos, ou seja, que ainda não é para valer e o melhor é descansar. É importante também beber muita água e manter-se bem alimentada, guardando energia para quando o trabalho de parto chegar. 

Fase latente



Marcada pelas contrações ritmadas que irão dilatar totalmente o canal de parto, pode durar de poucas horas até um ou mais dias. Na fase inicial as contrações ocorrem regularmente entre 5 e 15 minutos, porém ainda são curtas (duram entre 30 e 60 segundos) e o colo do útero dilata até 3 centímetros. Nessa fase, muitas mulheres também eliminam o tampão mucoso (às vezes com um pouco de sangue) e sentem dores nas costas. É comum ter de ir várias vezes ao banheiro para evacuar.




Ainda é cedo para ir ao hospital, então nada melhor que a companhia de alguém que possa dar conforto  e segurança, além de manter contato com o médico obstetra ou com a parteira. O marido e a família costumam ter papel ativo nesse momento, ofertando todo o carinho para a gestante. A companhia de uma doula também ajudará a manter o ânimo e as energias para as próximas fases do trabalho de parto, bem como garantir que a gestante possa dormir e alimentar-se normalmente. Outras medidas como banhos de chuveiro e massagens ajudam a lidar com a dor das contrações.


Fase ativa




Na fase ativa as contrações duram cerca de 1 minuto e ocorrem a cada 3 minutos, e é quando o colo do útero está entre 4 e 7 centímetros de dilatação. 
Provavelmente a gestante não conseguirá se movimentar ou pensar em outra coisa durante uma contração. As dores na região lombar e/ou no baixo ventre são mais intensificadas.



É o momento de se preparar para ir ao hospital, caso a opção não seja pelo parto domiciliar. A gestante poderá adotar medidas como massagens na região lombar para alívio das dores, assim como frequentes mudanças de posição. Caso esteja disponível, poderá também optar pela banheira para o fim do trabalho de parto, já que a imersão em água quente é um poderoso método natural de alívio da dor.

Fase de transição



A fase de transição se dá quando o colo do útero está dilatando entre 8 e 10 centímetros. É nessa fase que as contrações ocorrem a cada 2 minutos e duram até 90 segundos, ou seja, os intervalos entre elas são curtos.



Física e emocionalmente é um período muito intenso – podendo ser o mais intenso – de todo o trabalho de parto. A gestante poderá, nesse momento, acreditar que não é capaz de aguentar até o final do trabalho de parto. É normal que ela se sinta inquieta, irritada e exausta. Algumas gestantes sentem tremedeiras, náuseas, com episódios de vômito nessa fase. Culmina com a dilatação total do colo do útero que é de 10 cm.  

Dilatação do canal do parto

É normal que se peça para tomar anestesia (epidural), isso se a gestante já não pediu, mas que talvez o tempo para fazer efeito seja muito curto, já que essa fase é mais curta. Também é normal pensar nas coisas que antes ajudavam, como músicas relaxantes, massagens, palavras de incentivo ou mesmo um carinho do marido, como sendo extremamente irritantes. Contudo, logo a mãe estará com seu bebê nos braços e isso é um incentivo para aguentar firme.

Fase expulsiva



Fase após a dilatação total e o nascimento do bebê, costuma durar desde algumas contrações até cerca de três horas. As contrações são fortes e vem a cada três minutos. A dor diminui e é possível descansar entre as contrações, podendo inclusive dormir nesse intervalo. A gestante poderá ficar mais lúcida e ativa. A pressão na vagina e no reto aumenta, fazendo com que a mãe tenha uma vontade incontrolável de fazer força conforme o bebê vai descendo pelo canal de parto. No momento em que o bebê coroar, a mãe sentirá um ardor conhecido como "círculo de fogo", que ocorre por causa da distensão máxima do períneo. 



Também é comum que a gestante não encontre uma posição agradável para descansar, sendo necessário que ela mude de posição até que ache uma em que se sinta  mais confortável para os momentos em que tenha que fazer força, respirando devagar e descansando durante os intervalos.

Fase da dequitação



A última fase do trabalho de parto é a fase da dequitação e ocorre depois do nascimento do bebê, sendo caracterizada pela saída da placenta, que pode sair espontaneamente ou ser retirada pelo médico. Ocorre cerca de 5 a 30 minutos depois do nascimento do bebê. Muitas mulheres não sabem mas ainda irão ter contrações mas serão bem mais leves e espaçadas. O médico ou a parteira podem ter de massagear o útero para reduzir o sangramento, o que pode ser bem doloroso. Caso o obstetra tenha feito a episiotomia ou se houve lesão sangrante da mucosa, será feita a sutura.

Placenta após o parto

A recuperação, num parto natural (sem intervenções médicas), não prolongado, nem difícil, é de cerca de uma ou duas horas. Caso contrário, pode durar mais. Conforme o bebê sugar o seio, você poderá sentir cólicas: é o útero se contraindo para diminuir o sangramento e voltar ao tamanho normal. Por isso a mamada logo após o parto é muito importante, pois ajudará no processo de recuperação do trabalho de parto. Nos primeiros dias, o lóquio (o sangramento pós parto) é mais abundante do que o menstrual. Depois, vai diminuindo de intensidade e poderá durar de duas a quatro semanas após o parto.

Passada essa incrível experiência que é o parto é o momento de comemorar a chegada do filhote com muita alegria, avisar a família, cheirar, beijar, amamentar e dar muito carinho e colo ao serzinho que acaba de chegar. Conhecendo um pouco mais de como se dá o trabalho de parto, espero que a sua jornada pelo mundo da maternidade seja repleta de felicidade. Até a próxima.  




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