quarta-feira, 27 de abril de 2016

Epidural: tomar ou não?


Quando se trata de falar do trabalho de parto muitas mulheres sentem medo. Esses medos em geral são causados pela história de alguém que sofreu muito, principalmente quando se fala de parto normal. Hoje em dia é possível através de medicamentos amenizar essas dores normais do trabalho de parto. A epidural é um recurso valioso se usado com critério e o consentimento da mulher, que deve ser informada não apenas dos benefícios, mas também dos riscos. 

O que é epidural?



A anestesia epidural (ou peridural) é um tipo de anestesia aplicada no espaço peridural da coluna vertebral, sem perfurar a duramáter (membrana que envolve o cérebro e a coluna) e, portanto, sem atingir o líquor (líquido que banha o cérebro e a medula espinhal). Ela mantém a pessoa acordada, mas torna insensível a parte inferior do corpo, normalmente até o umbigo.
Diferentemente da raquianestesia, trata-se de anestesiar apenas as fibras nervosas que conduzem a dor, embora possa acontecer de o anestésico impedir a movimentação das pernas. 

Como é realizada a anestesia epidural?



o anestesista desinfeta a zona central das costas da grávida com uma solução antisséptica, palpa a zona da coluna lombar (espaço peridural) em que vai administrar a injeção e anestesia a pele nesse local, o que pode causar uma sensação de ardor momentânea, como se fosse um choque elétrico. Com uma fina agulha através das costas da paciente, que é penetrada até encontrar a resistência do ligamento amarelo, a qual deve ser vencida para atingir-se o espaço peridural. O anestésico pode ser aplicado em dose única, pode ser repetido ou ser usado de forma contínua, o que exige a colocação de um cateter que permanecerá no local durante todo o tempo da anestesia. Dentro de alguns minutos, após a injeção do anestésico, a pessoa deixará de sentir a parte do corpo visada, em virtude da anestesia das raízes nervosas correspondentes, geralmente da cintura para baixo.

Quando a epidural começa a fazer efeito, o que ocorre de forma progressiva e de baixo para cima, a grávida começa a sentir calor, a sensação de peso nas pernas e de formigueiro. Entretanto, o anestesista vai verificando o nível da anestesia para perceber se a grávida está pronta para o parto.

A anestesia pode causar alterações ao nível da tensão arterial, o que, por sua vez, poderá provocar tonturas e enjoos. Por esta razão, os valores da tensão arterial vão sendo monitorizados com regularidade e podem ser necessários fármacos para a controlar.

Quais são os efeitos colaterais da anestesia epidural?


Pode ocorrer, de forma rápida e transitória, queda da pressão arterial; náuseas e vômitos; tremores; dores nas costas e dores de cabeça. As alergias aos anestésicos são muito raras. É recomendável permanecer deitada, hidratar-se bem e usar os analgésicos recomendados pelo médico. Podem ocorrer, eventualmente, infecções ou sangramentos e uma síndrome neurológica transitória em razão da compressão medular durante a anestesia ou a posição forçada no leito.

Quais são os riscos da anestesia epidural?


Aplicada corretamente, por um profissional experiente, a anestesia epidural quase não tem riscos. Deve ser evitada em pacientes que tenham tatuagens no local da punção pela possibilidade de que a agulha conduza fragmentos de tinta para o interior do corpo, causando inflamações. As intoxicações por doses elevadas de anestésico podem causar gosto metálico na boca, zumbidos, tonteiras, dislalia, tremores, tonteiras, sonolência e convulsões, mas esses sintomas são transitórios.

As vantagens da epidural


  • A anestesia epidural não afeta ao bebê pois não chega à placenta nem ao leite materno. Depois do nascimento a mãe pode amamentar imediatamente.
  • Não necessita intubação nem respiração assistida. 
  • A execução da técnica de anestesia não é dolorosa, sentindo apenas uma ligeira picada.
  • A mãe pode colaborar ativamente no parto sem sofrer.
  • Elimina a dor sem afetar a mobilidade das pernas (os músculos conservam toda a sua força) pelo que a mulher pode empurrar durante as contrações para ajudar o bebê a nascer.
  • A anestesia pode encurtar o tempo de dilatação do colo do útero. 
  • Permite desfrutar o parto por causa da ausência de dor
  • Nas cesarianas, a epidural permite que a mulher esteja desperta e assista ao nascimento do bebê.

As desvantagens da epidural


  • Apesar de poder encurtar o tempo de dilatação, a epidural pode prolongar o tempo do parto, existindo assim a necessidade de mais intervenções, como por exemplo, romper a bolsa, o uso de fórceps ou ventosa.
  • Ao não sentir a dor, a mãe pode empurrar com menos força ou mesmo deixar de fazer força já que a vontade foi bloqueada, ficando o obstetra responsável por dizer o momento certo para empurrar, o que pode atrasar ou dificultar a saída do bebê. 
  • Alguns médicos que consideram que o feto pode sentir efeitos da anestesia, uma vez que esta vai para a corrente sanguínea. O bebê pode ter diminuição de reflexos ou da frequência da respiração. Contudo, estes efeitos secundários da anestesia não causam problemas de saúde para o recém-nascido.
  • Às vezes as contrações uterinas diminuem de frequência ou intensidade. Neste caso, o ritmo normal deve recuperar-se com a ajuda de hormônio sintético oxitocina (ou ocitocina), que pode afetar o bebê já que pode levar a alteração de seus batimentos cardíacos. 
  • Pode produzir hipotensão materna (detecta-se e soluciona-se rapidamente), tremores, dores na coluna e, muito raramente, dor de cabeça (quando acidentalmente a punção trespassa uma membrana chamada duramáter com a consequente saída de líquido cefalorraquidiano), que passa com o tratamento.

Em que momento do trabalho de parto pode-se tomar epidural?


A administração da epidural depende da forma como decorre o trabalho de parto. Por norma, considera-se que se entra em trabalho de parto quando o colo do útero apresenta uma dilatação de 3 cm (Fase latente do trabalho de parto) não sendo realizada a epidural antes dos 4 cm.

No entanto, deve informar-se sobre o protocolo estabelecido no hospital/maternidade onde a gestante pretende ter o seu bebê, podendo considerar essa informação no plano de parto. Se a dilatação avançar rapidamente pode não haver possibilidade de levar a epidural.

Quando não deve ser usada a anestesia epidural?


De acordo com a American Pregnancy Association, a anestesia epidural não deve ser administrada em mulheres que:
  • Tomam anticoagulantes
  • Têm um nível baixo de plaquetas no sangue
  • Têm uma infeção nas costas
  • Têm uma infeção sanguínea

A anestesia epidural também não deve ser administrada se o médico não conseguir localizar o espaço epidural ou caso o trabalho de parto esteja decorrendo muito rapidamente e não existe tempo suficiente para administrar a anestesia. 


A importância das dores das contrações


As mulheres sabem que o trabalho de parto é doloroso e pode ser demorado. Mas muitas desconhecem a importância da dor das contrações. Ela é muito benéfica para mãe e bebê, pois regula o momento do parto. A dor faz com que o organismo da mulher produza os hormônios chamados endorfinas, que diminuem a dor e relaxam a mulher, deixando-a menos cansada e mais resistente para enfrentar todo o processo do parto. Quanto mais evolui o trabalho de parto, mais endorfina é lançada no corpo da mulher.

O papel da dor é de mostrar a mulher qual a melhor posição a ficar, qual o caminho a deve ser percorrido, qual o melhor momento de fazer força, facilitando todo o processo fisiológico da chegada do bebê. Trata-se de deixar que o instinto da mulher siga seu processo natural. Toda mulher sabe parir. Nascemos para isso, embora muitas de nós duvidemos da nossa força. 

Cada mulher lida com a dor de maneira diferente e por isso, em muitos casos, a analgesia é necessária, contudo existe várias alternativas para o alívio da dor que são menos invasivas.

Como escolher se deve tomar ou não epidural?


É importante que a escolha pelo método de alívio da dor seja feito com conhecimento de todos os seus efeitos, tanto no aspecto positivo como no aspecto negativo. Segundo Denish Walsh, obstetra e professor da Universidade de Nottingham, Inglaterra, em artigo publicado na revista "Evidence Based Midwifery", relata que alguns estudos já mostraram que a anestesia epidural aumenta a probabilidade de ter que induzir as contrações com tratamentos hormonais, e o uso de fórceps é mais frequente para ajudar a saída do bebê.


Atualmente é muito difundido que a dor do parto é insuportável, sendo considerada por muitos como a pior dor que se possa sentir. É importante ressaltar que a dor é muito relativa. Muitas pessoas dirão que não há nada pior que tomar uma injeção, por exemplo. Algumas mulheres inclusive já retrataram a dor do parto como intensa mas suportável. 

Quando a mulher que entende todo o processo das contrações, do parto, tirando todas as dúvidas com o seu médico, que é bem atendida no pré-parto, que está junto de pessoas com quem confia na hora da dor e que consegue relaxar e pensar nos benefícios dessa dor fica mais segura e mais calma, diminuindo a dor.

Dessa forma é importante a mãe pensar no que é melhor para ela e seu bebê. Tirando suas dúvidas sobre a dor do parto e praticando exercícios que a ajudem a relaxar e melhorar a respiração, fatores que ajudam a diminuir a dor na hora do parto. Até a próxima.



Amamentar é legal!

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