sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Ciclo Menstrual Curto


Quais dias são mais férteis durante o ciclo menstrual é o que toda mulher que deseja engravidar deve saber. Embora essa conta possa parecer complicada para algumas pessoas, basta um pouco de paciência e prática para entender que conhecer nosso corpo e nosso ciclo menstrual é mais fácil do que parece. Conhecer o ciclo menstrual permite saber do estado de saúde reprodutiva das mulheres. E como existem vários distúrbios do ciclo (alongamento ou encurtamento, menstruação pesada ou dolorosa), as mulheres costumam buscar  mais frequentemente aconselhamento médico. Hoje vamos entender melhor um desses distúrbios: o ciclo menstrual curto. Será que um ciclo curto é motivo de preocupação? Ele atrapalha ou impede engravidar? Essas e outras questões serão tratadas agora.


O que é um ciclo curto?


O ciclo menstrual é o termo científico utilizado para descrever as alterações fisiológicas que ocorrem nas mulheres férteis que têm como finalidade a reprodução sexual e fecundação. (Entenda melhor como funciona o ciclo menstrual)

Os ciclos menstruais são contados a partir do primeiro dia de sangramento menstrual até o dia anterior a vinda do fluxo no ciclo seguinte. A menstruação surge, na maioria dos casos, com uma frequência ou ritmo médio de 28 dias, mas pode variar entre 21 e 35 dias de forma regular. Quando o tempo entre as menstruações são mais curtos (menor que 21 dias) chamamos de proiomenorreia.


Causas do ciclo curto


O ciclo menstrual é controlado por vários hormônios. Na primeira fase, a hipófise produz FSH (hormônio folículo estimulante), que como nome diz estimula o crescimento do folículo ovariano. O FSH então estimula a produção de estrogênio para ajudar no desenvolvimento do endométrio. Quando os níveis de estrogênio estão mais elevados, ele manda sinais para a hipófise que passa a secretar LH (hormônio luteinizante) para regular o crescimento dos folículos ovarianos. É o LH que determina quando o óvulo está maduro e pronto para ser liberado pelo ovário. Após a ovulação, o corpo lúteo (casquinha que cobria o folículo) envia sinais para manter a produção de progesterona, que é responsável por manter o endométrio pronto para a implantação do embrião caso ocorra a fecundação. Se não há fecundação o corpo lúteo se desfaz e então o nível de progesterona cai, indicando que é hora de descartar o endométrio e a menstruação ocorre. 

Desequilíbrios hormonais causados por uma série de razões, podem contribuir para um ciclo mais curto que o normal. Em aproximadamente 25% dos casos, ele é causado por um distúrbio físico, chamado orgânico. Nos outros 75%, ele é causado por distúrbios hormonais que afetam o controle do sistema reprodutivo pelo hipotálamo e pela hipófise e que são particularmente comuns durante os anos reprodutivos. Alguns distúrbios que podem causar o encurtamento do ciclo:

  • patologia endócrino (glândula tiroide, glândulas supra-renais, etc.)
  • doenças sistêmicas crônicas (patologia do sistema cardiovascular, rim, fígado, desordens metabólicas)
  • doença infecciosa
  • violação da coagulação sanguínea
  • falta de vitamina C e K
  • inflamação dos órgãos genitais femininos
  • anomalias do desenvolvimento e da posição dos órgãos genitais internos (a curva do útero)
  • fadiga, esgotamento nervoso
  • alterações climáticas
  • miomas uterinos
  • Cistos e tumores do ovário
  • lesão física.


Mas se o encurtamento do ciclo se dá por razões fisiológicas, pode não necessitar de tratamento se este não está atrapalhando a fertilidade. No entanto, ciclo menstrual curto é um motivo de preocupação e pode indicar uma diminuição na capacidade de conceber.


Quando é necessário tratar?


O encurtamento do ciclo menstrual pode ocorrer em qualquer fase do ciclo (proliferativa, fase secretora, ou ambos ao mesmo tempo). 

Quando o encurtamento não atrapalha o desenvolvimento do folículo ovariano, ou seja, ocorre a ovulação (até 10, 11 ou 12 dias do início do ciclo menstrual) e a fase lútea segue normalmente (duração de 14-15 dias), não há necessidade de tratamento. Nesses casos ocorre a Ovulação Precoce.

O encurtamento da primeira fase do ciclo menstrual, geralmente ocorre no climatério (menopausa), pós-parto e pós-aborto. Já quando causado por infecções, há necessidade de tratar a infecção. 

Quando o encurtamento afeta o desenvolvimento do folículo ovariano, ou seja, não há tempo para o seu correto desenvolvimento, a falta de ovulação, e por conseguinte a ausência do corpo lúteo, há necessidade de tratamento já que este fator irá causar a infertilidade.

O encurtamento do ciclo na fase secretora (fase lútea) torna a gravidez mais difícil já que o corpo lúteo é absorvido prematuramente. Sem o corpo lúteo o corpo diminui a produção de progesterona, afetando a estabilidade do endométrio, afetando assim a implantação do embrião (Como a gelatina ajuda na implantação do embrião?) e a manutenção da gravidez. Ocorre então a chamada Insuficiência da fase lútea. É necessário tratamento para que haja possibilidade de manter a gravidez.

O tratamento irá variar com o tipo e a causa do encurtamento do ciclo. Assim o melhor é procurar um médico para a indicação correta do tipo de tratamento para cada caso.


Como diagnosticar o encurtamento do ciclo?


Para determinar o encurtamento do ciclo é necessário o acompanhamento do ciclo menstrual. A primeira característica é a frequência maior de ciclos menstruais, isto é, o ciclo ocorre em menor período de tempo. A partir disso pode ir acompanhando o desenvolvimento de cada fase do ciclo para determinar em qual fase ele ocorre e se o mesmo está afetando a ovulação. Esse acompanhamento pode ser feito através de exames de ultrassomtestes de ovulação e indicadores de temperatura basal


É possível engravidar com ciclo curto?


Quando o encurtamento do ciclo não atrapalha a ovulação e também não afeta a fase lútea da mulher, as chances de engravidar são as mesmas de alguém com ciclo normal, contudo, é apenas necessário que se conheça melhor o período em que ovulação ocorre para que se possa planejar quais dias as relações devem ocorrer. Em outros casos, quando há problemas para o desenvolvimento folicular ou na fase lútea, é necessário o tratamento para possibilitar a gravidez. Até a próxima!

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