sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Os mitos sobre como engravidar


Quando se trata de engravidar muitas são as histórias de sucesso e também muitas são as histórias de como a gravidez foi concebida. Isso se deve ao fato de que muitas mulheres utilizam vários métodos para engravidar, podendo atribuir a gravidez a um determinado método, quando na verdade sua contribuição à gravidez foi mera coincidência. E assim, criam-se os mitos acerca de qual a melhor forma de engravidar. Conheça alguns deles a seguir:


Temperatura do corpo mostra quando está ovulando


A temperatura do corpo altera com o passar do ciclo menstrual, mas no caso da ovulação essa alteração só é percebida cerca de 48 horas depois que ocorreu a ovulação. Quando a pessoa constatar que ovulou, o óvulo já não existirá mais. Dessa forma, o melhor é utilizar o teste de ovulação através da urina para descobrir qual seria o momento da ovulação. Leia mais a respeito da Temperatura Basal caso queira utilizar esse método para conhecer o ciclo menstrual e confirmar se houve ovulação.

É possível engravidar durante a menstruação


Não é possível engravidar durante a menstruação. A menstruação significa que a parte de dentro do útero, chamada endométrio, cresceu, proliferou e se tornou receptivo para um embrião. Se ele não se implantou, ela se descama. Esse processo é chamado de menstruação. A partir do momento que descamou, não tem como engravidar. No entanto, muitas mulheres podem confundir sangramentos irregulares com menstruação, já que pode haver um pouco de sangramento no meio do ciclo por causa do rompimento do óvulo. No caso de haver um sangramento de ovulação, por exemplo, as chances de gravidez são grandes.


Não se engravida na primeira relação sexual


Não importa se é a primeira vez ou não, pois havendo relação sexual durante o período fértil da mulher, há possibilidade de engravidar. Desde o momento em que a mulher começa a ovular, ela pode engravidar.

Tomar anticoncepcional por muito tempo atrapalha futuras tentativas de engravidar


Embora haja um tempo para que o anticoncepcional seja totalmente eliminado do organismo, não há uma regra de quanto tempo levará até que a mulher consiga engravidar. Como cada organismo tem seu modo de lidar com o anticoncepcional, algumas mulheres poderão engravidar no mês seguinte ao interromper o remédio, outras levarão alguns meses. 

Algumas mulheres evitam a gravidez por anos através do anticoncepcional, mas na verdade não tem ideia se existe alguma problema que afete a sua fertilidade, de forma que ao parar com a pílula, o que atrapalha a gravidez é o problema em si e não o tempo em que utilizou o anticoncepcional.


Ocorre que a pílula bloqueia o eixo que ordena a ovulação, e ao parar de tomar, esse eixo volta ao normal, então a mulher volta a ovular normalmente. O que pode interferir na capacidade reprodutiva feminina é, além da idade, a presença de algumas doenças e condições, como a endometriose e a obesidade. O uso da pílula também não "economiza" os óvulos da mulher, como alguns acreditam. O "gasto" folicular mensal permanece, só não haverá as condições necessárias para a fecundação.


Pode-se fazer o teste de gravidez no dia após a relação sexual


Algumas pessoas desconhecem o tempo que leva da relação sexual no período fértil até que ocorra a gravidez. Assim sendo, o teste de gravidez deve ser feito a partir de alguns dias depois do primeiro atraso menstrual. Da mesma forma leva um tempo até que o hCG na corrente sanguínea, caso ocorra a gravidez, esteja detectável pelo teste de gravidez.


Quem sofre com endometriose não consegue engravidar


Felizmente a infertilidade causada pela endometriose pode ser tratada com medicação ou através de cirurgia, de forma que a mulher poderá engravidar naturalmente ou com a ajuda de reprodução assistida. Leia o post a respeito da Endometriose e as chances de engravidar.


Quem tem miomas não consegue engravidar


Existem três tipos de miomas: os submucosos, que ficam na região endometrial (dentro do útero), os intramurais (nas camadas musculares) e os subserosos (fora do útero). Os intramurais e subserosos não causam infertilidade, pois não estão dentro do útero. Aqueles que estão dentro do útero são removidos cirurgicamente, porque podem causar infertilidade. Depois da remoção, a mulher pode engravidar no mês seguinte.


Quem faz fertilização irá engravidar de gêmeos


Embora as chances de gravidez múltipla durante um tratamento de fertilização sejam maiores, nem todo tratamento irá resultar nesse tipo de gestação. Ocorre que devido aos estímulos para a produção de mais óvulos e, no caso da fertilização in vitro, mais de um embrião é colocado para aumentar as chances de sucesso, mais de um embrião poderá se implantar, e no caso de indução de ovulação, mais de um óvulo poderá ser fecundado.

Várias relações sexuais ao dia aumentam as chances de engravidar


Nem sempre manter relações diariamente ou mais de uma vez ao dia irá garantir que a gravidez ocorra. Isso ocorre por causa de que a qualidade do esperma pode ser comprometida.


Transar todos os dias no mesmo horário


Se o casal sente prazer de ter essa rotina, tudo bem, mas o período fértil de uma mulher é somente nos dias próximos e no dia da ovulação, ou seja ela pode até transar diariamente, mas somente vai engravidar se ovular. Um dos sinais de que a ovulação está para ocorrer é a presença de um muco vaginal mais abundante, tipo "clara de ovo". Outra prática antiga é medir a temperatura diariamente antes de se levantar da cama. Quando ocorrer uma elevação de aproximadamente um grau centigrado ocorreu a ovulação. Esses conhecimentos ainda podem ser usados.


Fazer a posição 'papai-e-mamãe' com uma almofada para levantar o bumbum


Isso é um mito que se baseia na anatomia da mulher e tem certo fundamento. Quando ela está deitada de barriga para cima, a vagina fica numa posição inclinada em que o fundo vaginal e o colo uterino ficam mais em baixo, formando um "lago seminal". A almofada sob o bumbum, acentuaria essa inclinação. Depois da transa, os espermatozoides ficam depositados nesse local no fundo da vagina, e sua permanência mais tempo daria mais chance e mais facilidade para entrarem pelo colo uterino e alcançarem as trompas, encontrando o óvulo. Nas trompas é onde ocorre a maior parte das fecundações.


Orgasmo aumenta chance de engravidar


Ter um orgasmo pode facilitar a fertilização do óvulo com o sêmen ao ajudá-lo a subir pelas trompas de Falópio mais rápido, mas se você não tiver um orgasmo você pode engravidar na mesma. A sintonia do casal favorece o prazer nas relações e o desejo, inclusive no período fértil, tornando todo o processo mais agradável. Do ponto de vista biológico, no entanto, o orgasmo não é imprescindível para a fecundação.

 Engolir esperma faz engravidar mais depressa


Não se sabe quem inventou esse mito mas há grandes chances de que tenha sido um homem! O sêmen contém grandes quantidades de proteína mas isso não faz engravidar mais depressa.


Alimentos afrodisíacos aumentam a fertilidade


Consumir alimentos como pimenta, ovo de codorna, ostra e amendoim não irá interferir nas taxas de fertilidade masculinas e femininas. O que esses alimentos podem fazer é ajudar na potência sexual. Potência e fertilidade são coisas muito diferentes. Há homens com alterações espermáticas que não apresentam qualquer sinal de alteração de libido ou disfunção erétil, por exemplo. A humanidade sempre buscou maneiras de aprimorar a capacidade física e o desejo sexual e, por mais que não haja consenso sobre os efeitos dos alimentos ditos afrodisíacos, uma coisa é certa: eles não interferem nas alterações cromossômicas dos óvulos e espermatozoides, nem aumentam sua quantidade no organismo.


Mulheres com SOP são inférteis


A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma disfunção hormonal que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil e é caracterizada pela produção de cistos e pela ovulação irregular. Então a mulher pode passar por períodos de infertilidade que podem ser tratados e ajudar a engravidar. Isso se deve ao fato de que se a mulher não ovula todos os meses, ela terá menos chances de acertar o momento correto para engravidar. A gestação pode demorar mais para acontecer. 


Útero invertido reduz chances de engravidar


O posicionamento do útero – que pode ser vertical, intermediário ou voltado para trás – é apenas anatômico. Do ponto de vista funcional, não há alterações no órgão e nem na gravidez. Assim como qualquer outra mulher, aquela que tem o útero invertido ou retrovertido deve fazer acompanhamento regular, para verificar se há algum fator determinando a dificuldade de engravidar.


Aborto espontâneo diminui as chances de engravidar


A ocorrência de aborto espontâneo não irá interferir nas chances da mulher engravidar, mas o que necessita de cuidados é quando ocorre episódios repetidos de aborto (Aborto de Repetição). Neste caso, será necessário identificar o fator que está causando a perda. As causas mais frequentes são as alterações uterinas, caso do útero bicorno ou septado; endócrinas (problemas na tireoide ou no pâncreas, principalmente); imunológicas (mulheres portadoras de lúpus, por exemplo) e cromossômicas (a exemplo do mosaicismo identificado no casal – variação no número de cromossomos nas células do organismo, que aumentam a taxa de alterações nos embriões).


Higienizar a região íntima logo após a relação sexual atrapalha engravidar


Muitas mulheres imaginam que não podem fazer a higiene íntima logo após os namoros com o parceiro pois irão atrapalhar que os espermatozoides cheguem ao útero. Na verdade, lavar a vagina (externamente, não com ducha) não evitará engravidar. Assim que o parceiro  ejacula, os espermatozoides são lançados diretamente para o colo do útero e circulam a uma velocidade de 45 km/h, não há como interromper o processo através de um banho.


A infertilidade afeta mais as mulheres


A infertilidade é conjugal, não do indivíduo, contudo, o que costuma ocorrer é que a mulher tem maior cuidado com sua saúde, indo mais vezes ao médico, portanto identifica mais rapidamente qualquer problema que possa estar afetando sua fertilidade. As dificuldades para engravidar afetam quase 20% dos casais. Os fatores de origem masculina correspondem a 40% das causas; outros 40% ficam com os fatores femininos; 10% são causas mistas e em 10% dos casos não se encontra um fator determinante.

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