sexta-feira, 10 de junho de 2016

Coito Programado


Quando se pensa em engravidar, sabemos que namorar nos dias certos é a etapa básica para a conquista do positivo. Muitas mulheres já ouviram falar do coito programado quando se trata de agendar os dias certos para os treinos! Contudo, esse tratamento vai muito além de realizar os namoros nos dias certos. Mas afinal, se não é só namorar nos dias certos, como o que é e como funciona o coito programado?

Entenda o coito programado


Muitos são os tratamentos de fertilidade que podem facilitar a chegada do bebê. Dentre os tratamentos, costuma-se dividi-los em tratamentos de baixa, média ou alta complexidade. Nos casos mais simples é normal que se tente os tratamentos de baixa complexidade, como é o caso do coito programado. 

O coito programado consiste na realização da indução de ovulação por meio de medicamentos, com acompanhamento através de exame de ultrassom (controle de ovulação com ultrassom seriada). No decorrer do tratamento, são realizadas ultrassonografias, geralmente a cada dois ou três dias, para acompanhar o crescimento dos folículos. Quando os folículos alcançam o tamanho ideal, ou seja, o período ovulatório, o casal é orientado a ter relações sexuais com maior frequência. Deste modo, o tratamento permite prever em qual o dia do ciclo a mulher terá maior chance de engravidar.

Coito programado e indução de ovulação


Devemos deixar claro que fazer indução de ovulação não significa estar programando o dia dos namoros, pelo menos não exatamente. Isso por causa de que muitos médicos, apesar de passar indutores de ovulação, não se atentam em pedir a avaliação através da ultrassom seriada. Ou seja, se não foi programado exatamente o dia em que ocorrerá a ovulação, não se pode chamar de coito programado, mesmo que se tenha uma ideia de quando pode ocorrer a ovulação. De forma simples, o coito programado é feito com a indução de ovulação, mas infelizmente, nem toda indução é feita com o coito programado, isto é, com a programação dos dias certos de namoros. Outra questão é que nem sempre a indução é feita com intenção de programar o namoro, como é o caso da FIV (fertilização in vitro) em que necessita-se de um equipamento laboratorial sofisticado além de envolver protocolos mais complexos de estimulação ovariana.

Como é feito o tratamento?


O tratamento basicamente tem início no segundo ou terceiro dia do ciclo, quando a mulher ainda está menstruada. Neste momento, é realizado o primeiro ultrassom transvaginal. A paciente não deve ficar preocupada com o desconforto do sangue menstrual, pois os médicos estão acostumados a realizá-lo nessa fase. Esta fase inicial é importante, pois o exame diagnostica se o ovário tem algum cisto remanescente do ciclo menstrual anterior e se no interior do útero existem pólipos, miomas ou tecido endometrial em excesso, o que poderia alterar as taxas de sucesso.

Neste primeiro ultrassom, os ovários devem ter pequenos cistos que medem no máximo 6 mm, chamados de folículos primordiais. Dentro deles existem óvulos, que saem na época da ovulação. Dependendo do resultado deste primeiro exame, o controle ovulatório pode ser iniciado para se determinar o dia provável da ovulação.

Existem dois tipos de medicamentos de indução, os administrados por via oral, como o citrato de clomifeno, ou através de injeções subcutâneas, o caso das gonadotrofinas, que agem diretamente nos folículos do ovário, o local onde o óvulo se desenvolve. A dosagem do remédio é individual, e varia de acordo com fatores como idade, número de folículos ovarianos, peso e altura.

No decorrer do tratamento, o(s) folículo(s) e o endométrio devem crescer progressivamente, o que será verificado por meio de mais alguns exames de ultrassom, mais precisamente a cada dois ou três dias. Quando o(s) folículo(s) alcança(m) o tamanho adequado, é aplicada uma medicação chamada hCG, que promove a maturação final do óvulo e a sua saída do ovário (entre 36 e 40 horas depois). Após esta etapa, o óvulo liberado é capturado pelas tubas e, no interior delas, é fertilizado pelos espermatozoides originados de uma relação sexual normal. Dentro desse período o casal deve ter relações sexuais, e em 15 dias já é possível fazer o teste de gravidez para verificar se houve sucesso no método.


Indicação do tratamento com coito programado


As principais indicações do coito programado são:
  • pacientes jovens (abaixo de 37 anos);
  • pacientes com fator ovulatório como única causa de infertilidade;
  • virgens de tratamentos anteriores;
  • qualidade adequada do sêmen;
  • integridade anatômica do sistema reprodutor feminino.


Taxas de sucesso do tratamento


A porcentagem de sucesso do método gira em torno de 20 a 25% dos casos. Normalmente essa taxa diminui conforme a idade da mulher, principalmente após os 35 anos. Isso ocorre porque são usados os óvulos naturais da mulher, que como já existem nos ovários desde o nascimento dela, acabam envelhecendo, podendo gerar embriões inviáveis devido a alterações genéticas ou malformações.

Os especialistas indicam até três tentativas, que podem ser feitas consecutivamente sem prejuízos para a saúde da mulher. Se mesmo assim o casal não conseguir engravidar, os médicos costumam indicar outros métodos, que tem porcentagens maiores de sucesso, como, por exemplo, a inseminação artificial.

Riscos do tratamento


Há possibilidade de gravidez gemelar, embora para muitas pré-mães esse não seria exatamente um risco. 

Pode ocorrer também a chamada Síndrome da Hiperestimulação do Ovário (SHO), quando há aumento da produção de estradiol decorrente do desenvolvimento excessivo de folículos, causando inchaço e aumentando o risco de trombose, principalmente se a fecundação ocorrer. Porém o quadro é menos comum no Coito Programado, ocorre em cerca de 1% dos casos, já que os remédios são usados em doses menores do que na Fertilização in vitro, por exemplo.

Os medicamentos para indução de ovulação podem ser obtidos em farmácias sem receita médica. Porém, caso a mulher decida usá-los por contra própria, sem a avaliação de um especialista, estará exposta a diversas complicações, como desconfortos físicos devido à dosagem errada do medicamento e gestações múltiplas de até quádruplos ou quíntuplos.

É importante ter ciência que todo medicamento deve ser tomado com o conhecimento de seu médico, caso contrário poderá apresentar efeitos que serão prejudiciais a sua saúde. Converse com seu médico a respeito e peça indicação se o coito programado pode ser utilizado no seu caso. Caso não se sinta confortável com as indicações do seu médico, mude de médico! Contudo, é importante ter um profissional que confie e que irá ajudar para que o baby chegue o mais rápido possível. Até a próxima.



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