quarta-feira, 20 de abril de 2016

Histerossalpingografia - o que é?



Esse é um nome tão complicado de falar e, na primeira vez em que se ouve, já dá uma assustada. Depois de algumas pesquisas e opiniões pode aumentar ainda mais o receio de fazer esse exame, isso tudo por causa da quantidade de mulheres que relatam o desconforto provocado pelo mesmo. Antes de tirar nossas conclusões, o melhor é entender um pouco mais a respeito desse exame.

O que é Histerossalpingografia?


É um exame de raio-x feito com contraste (líquido que permite realçar uma estrutura, lesão ou órgão), de forma que é possível visualizar e avaliar a morfologia das tubas uterinas. Por meio desta análise, o médico avalia a função dessas estruturas. O exame é pedido com frequência na investigação das causas de infertilidade na mulher e outros problemas ginecológicos ligados à anatomia do útero e das trompas. Se a anatomia estiver muito alterada, poderá haverá haver problemas para conseguir ter um bebê. 

Histerossalpingografia

Como é feito o exame?


O exame pode ser feito no consultório ginecológico, onde a paciente é deitada em uma maca (com os joelhos dobrados) e o médico insere um fluoroscópio através do colo uterino para que seja injetado um contraste iodado, que enche o útero e as trompas de Falópio. 

Na ponta do cateter há um balão que é inflado dentro do útero para fixação da sonda, então o contraste é injetado. O raio-X não atravessa o contraste, e assim é possível ver a anatomia do útero e das tubas uterinas durante o exame. É comum que ao longo do exame, o médico peça para a paciente modificar sua posição, o que ajuda a distribuir melhor o contraste, fornecendo mais informações.



Durante o procedimento é comum a paciente sentir uma cólica leve, como uma cólica menstrual, que desaparece logo após o término do exame. O procedimento tem duração de 30 minutos, porém o desconforto dura entre seis e sete minutos. Raramente o exame precisa ser repetido, a não ser em situações específicas, como por exemplo, quando a paciente é submetida a um procedimento cirúrgico que modifica a anatomia do útero. 

Preparação para o exame


Antes do exame a paciente deve manter abstinência sexual por 72 horas, e existe um período certo para a realização do mesmo, que deve ser realizado entre o 6º e o 12º dias do ciclo menstrual (onde o primeiro dia é o do início da menstruação). Caso haja suspeita de gravidez não deve ser realizado, de forma que é comum algumas mulheres fazerem testes de gravidez antes do exame.

Também pode ser necessária a limpeza do intestino, usando laxantes no dia anterior ao exame, para que os gases e fezes na região pélvica não atrapalhem na visualização do resultado. 

Alguns minutos antes do exame, normalmente é feito uso de medicamentos anti-inflamatórios ou antiespasmódicos, para evitar espasmos e desconfortos. Por isso, o melhor é não fazer uso de outros medicamentos, a não ser que o médico tenha recomendado. É necessário que a paciente também esvazie a bexiga antes de começar o exame.

Cuidados após o exame


Ao retirar a sonda após a histerossalpingografia, 70% do contraste escoa em direção à vagina. Apenas 2 ou 3 ml são absorvidos pelo organismo e eliminados pelo rim, sem qualquer alteração na cor ou aspecto da urina. O médico poderá também recomendar que se evite relações sexuais por alguns dias, mas não há cuidados muitos complexos no geral.

A infecção pélvica é a complicação mais comum da histerossalpingografia, porém quando todos os cuidados de assepsia são tomados, sua ocorrência é muito rara. 

Quem não pode fazer o exame?


Grávidas - Como mencionado anteriormente, o exame é inviável durante a gravidez, já que um líquido é injetado dentro útero. 

Pacientes com alergia a contraste iodado - Caso a paciente tinha tido reação alérgica importante e comprovada em outros exames com contrastes iodados injetados na veia, também deve informar ao médico o ocorrido de forma a permitir que o procedimento seja realizado tomando algumas precauções e, se necessário, a mesma poderá ser orientada a realizar o exame em ambiente hospitalar.

O exame é doloroso?


É complicado determinar o que é ou não doloroso. Depende muito da sensibilidade de cada mulher. Algumas dirão que é bem suportável e outras que é uma verdadeira tortura. Diante de tantas histórias é comum que algumas mulheres fiquem completamente apavoradas apenas com a possibilidade de precisar fazer histerossalpingografia.

Fatores como equipamentos sem qualidade, ou por profissionais despreparados, contribuem muito para que a histerossalpingografia seja realmente dolorosa e bastante desconfortável. O contraste também deve ser aquecido previamente, para evitar a contração uterina que também pode causar dor no momento do exame. Por isso, o melhor é conversar com as pessoas que já fizeram o exame e pedir indicação de locais e profissionais que estejam mais aptos a realizar a histerossalpingografia sem traumas ou pelo menos com o menor desconforto possível. 

Avaliação dos resultados


Qualquer exame feito deve ser avaliado pelo seu médico ginecologista, de forma que ele é o único que poderá determinar um diagnóstico preciso. Contudo, o que se espera no resultado de histerossalpingografia é que o útero forme um desenho quase triangular, com três pontas bem pelo contraste definidas e que as bordas não estejam embaçadas ou indefinidas. Já as trompas devem ser bem finas, formando leves ondulações que não fiquem totalmente próximas ao útero e com um contraste menos definido, parecendo que está se espalhando.  

Histerossalpingografia normal

Resultados anormais podem ser decorrentes a diversos problemas uterinos como pólipo endometrial, mioma, sinéquia, adenomiose e anomalias congênitas, como um septo na vagina. Já os problemas tubários podem ser decorrentes de processo aderencial pélvico causado pela endometriose ou por doença inflamatória pélvica, hidrossalpinge (acúmulo de água na tuba) e obstrução tubária, entre outros.

Histerossalpingografia com obstrução tubária

Vou engravidar após o exame?


Relatos de mulheres que conseguiram o positivo logo após o exame costuma encher de esperança quem precisa passar pelo exame. Contudo, não é tão simples assim. Claro que quando existe uma pequena obstrução das trompas, o contraste injetado poderá desobstruir a passagem, de forma que possibilitará a passagem do óvulo, facilitando engravidar. 

Em alguns casos a aderência é absoluta de forma que o exame não poderá resolver de imediato, da mesma maneira em casos de outras alterações que não serão resolvidas com o mesmo. Então é importante saber que o objetivo do exame é o diagnóstico e não tratamento para engravidar.

O exame poderá ser realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ou pelo seu plano de saúde. Converse com seu médico sobre o exame e veja se é uma opção para o seu caso. Não há motivo para ter receio de fazer o mesmo pois qualquer desconforto é pequeno diante do grande sonho de engravidar. Até a próxima.





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