segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Resistência à insulina atrapalha engravidar



Quem tem a Síndrome dos Ovários Policísticos provavelmente já ouviu falar que o aumento dos níveis de insulina causado pela SOP dificulta a ovulação e faz com que o organismo produza hormônios masculinos. Isso ocorre devido à resistência à insulina que é um sintoma da SOP. Para entender como isso interfere na vida da pré-mãe e principalmente, nas tentativas de engravidar, montamos esse post. Conheça melhor o que é e como tratar esse problema.


O que é a insulina?


A insulina é um hormônio produzido naturalmente pelo seu pâncreas. Ela ajuda a mobilizar o açúcar no sangue, ou a glicose, em suas células. Como o corpo utiliza o açúcar no sangue como combustível, fica fácil entendermos porque a insulina é um hormônio tão importante.

Sem a quantidade certa de insulina, o açúcar que está no sangue não pode entrar em suas células. Neste caso, ela permanece em sua corrente sanguínea. Quando os níveis de açúcar no sangue estão muito altos, ocorre o que chamamos de hiperglicemia.

A hiperglicemia pode levar a sinais e sintomas de diabetes, como perda de peso, sentir muita sede ou fome, ou a necessidade de ir ao banheiro com mais frequência. Se estiver sentindo estes sintomas procure um médico tão cedo quanto possível.

O que a insulina faz no nosso corpo?


A insulina tem várias e amplas ações no corpo como por exemplo:

Com aumento do açúcar no sangue, causado pela alimentação, nosso corpo começa a produzir e secretar insulina. Por sua vez o fígado responde a este excesso de açúcar no sangue convertendo em glicogênio. Glicogênio é uma fonte de energia que pode ser convertida de novo em glicose, quando necessário. O glicogênio é armazenado no fígado e nas células musculares.
A insulina também evita a utilização de gordura como fonte de energia. Na ausência de insulina ou em condições em que a insulina é baixa a glicose não é absorvida pelas células do corpo, e o corpo começa a usar a gordura como fonte de energia. É por isso que algumas pessoas treinam em jejum para emagrecer. 
A insulina controla também outros sistemas do corpo e regula a absorção de aminoácido pelas células do corpo. Tem vários efeitos anabólicos em todo o corpo também.

O que é Resistência à insulina?



A resistência insulínica é uma situação onde há um desequilíbrio entre a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas e o funcionamento desta quantidade de insulina. Para simplificar, em uma pessoa sem resistência insulínica, é como se uma molécula de insulina tivesse a capacidade de colocar uma molécula de glicose dentro da célula, porém, na pessoa com resistência, fosse necessário duas ou mais moléculas de insulina para realizar o mesmo trabalho. No organismo, a conta não é bem esta, mas a perda de funcionamento de insulina ocorre de forma bem semelhante quando esta resistência aparece.


Quais as causas?


A principal causa da resistência insulínica é o ganho de peso. Com o ganho de peso e o aumento do tecido adiposo, há maior necessidade do pâncreas produzir insulina e, com isso, o ciclo da resistência insulínica se inicia. Quanto mais insulina é produzida, mais as células tendem a se proteger do excesso dela, e mais aumenta a resistência insulínica. Em determinado momento o pâncreas não consegue produzir mais insulina, e é neste ponto que os níveis de açúcar no sangue começam a ficar elevados e o diabetes tipo 2 surge.

Outras condições como gestação, síndrome metabólica, hipertensão arterial, colesterol elevado, síndrome do ovário policístico, esteato-hepatite não alcoólica (esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado) também podem levar à resistência insulínica ou serem consequência dela.


Quais os sintomas?


Geralmente a resistência insulínica é assintomática, porém se está associada com outras causas, pode vir a ter sintomas.

Se está associada com ovário policístico, a resistência insulínica pode se apresentar como a Síndrome Hair-na, que é caracterizada por:

  • Aumento de pelos pelo corpo
  • Acne e oleosidade na pele
  • Escurecimento da pele em regiões de dobras de braço, axilas e pescoço, chamado de acantose nigricans.

A acantose nigricans não é um achado restrito da síndrome Hair-an, ela pode ser vista em casos de resistência insulínica sem associação com ovário policístico.



Outro achado bastante comum é a presença de pequenas protuberâncias de pele, chamadas de acrocórdons, vistas mais comumente em axilas e na região posterior do pescoço. Elas são frequentemente confundidas com pequenas verrugas, mas na verdade são pequeninas estruturas formadas por crescimento da pele em excesso, ocasionadas pela resistência insulínica.




Como diagnosticar?


A resistência insulínica é geralmente identificada nos exames laboratoriais de rotina, e também nos casos em que há suspeita clínica. Nos pacientes que estão com sobrepeso e obesidade, ou que apresentam alterações de colesterol, pressão alta e nos casos de gestantes com alterações de glicemia, a resistência insulínica deve ser sempre pesquisada.

Os exames de sangue são os principais aliados no diagnóstico da resistência insulínica. A dosagem de glicose de jejum, insulina de jejum e o cálculo do marcador chamado de HOMA-IR fazem com que o diagnóstico seja relativamente simples.

O HOMA-IR consiste em uma fórmula padronizada que calcula o nível de resistência insulínica de uma pessoa a partir dos valores de glicemia, insulina e uma constante.

Um outro teste bastante usado é o teste oral de tolerância à glicose, que vai nos mostrar a resposta do pâncreas em produzir insulina a partir da sobrecarga com glicose. Nele a pessoa recebe uma quantidade predeterminada de glicose e são dosados os níveis de glicemia, e se necessário de insulina em tempos predeterminados após a ingestão da glicose.

Como fazer o tratamento?


O tratamento começa com mudanças no estilo de vida. A primeira delas é a troca dos alimentos de alto índice glicêmico por alimentos de baixo índice glicêmico. Ou seja trocar alimentos que fornecem açúcar rapidamente para a corrente sanguínea, como os pães brancos, batatas e açúcar refinado, por alimentos que a fornecem mais lentamente, como o pão integral, arroz integral, vegetais como brócolis ou cenoura, entre outros.

Além da troca de alimentos, deve-se evitar o ganho de peso ou, se necessário, buscar manter o peso dentro do índice de massa corporal adequado, que é entre 18,5 e 25 kg/m2.

A prática de atividades físicas é essencial para o controle da resistência insulínica. As células musculares são grandes utilizadoras da glicose no sangue, e quando fazemos exercícios estas células absorvem a glicose muitas vezes, até sem precisar de insulina. Quando o músculo fica em repouso, ele precisa de uma quantidade menor de glicose e passa a depender da insulina para absorvê-la. Com menos atividade física, gera-se um ciclo vicioso que vai fazer com que a célula muscular precise cada vez mais de insulina.

Em alguns casos, há possibilidade do uso de medicamentos para melhorar o funcionamento da glicose no organismo e também para o controle do peso. A avaliação médica será fundamental para definir qual o tratamento mais adequado caso a caso.

Melhorando a sensibilidade à insulina:

Use e abuse da Canela



A canela é uma ótima opção para temperar muitos alimentos. A boa notícia é que a canela pode aumentar a sensibilidade à insulina e manter níveis mais baixos de glucose no sangue.

Você pode adicionar a canela nos alimentos de muitas maneiras diferentes. Você pode adicionar na sua aveia, no seu shake de proteína, no café, enfim, use a criatividade.

Torne o exercício físico parte do seu estilo de vida



Estudos apontam que o exercício físico provoca uma redução da glicose no sangue e também dos níveis de insulina após dias da prática de atividade física.


Coma carboidratos de baixo índice glicêmico



Para quem não conhece ainda o termo, o índice glicêmico é uma medida para o impacto de um determinado alimento sobre a glicemia. Alimentos com alto índice glicêmico provocam um rápido aumento da glicose no sangue fazendo com que seu corpo libere rapidamente grandes quantidades de insulina.

Se você costuma comer muitos alimentos com alto índice glicêmico, você está liberando altas cargas de insulina no corpo fazendo com que seu corpo se torne insensível aos efeitos da insulina ao longo do tempo – o que significa mais e mais insulina é necessária para alcançar um resultado similar.

Comer uma dieta de baixo índice glicêmico pode melhorar a captação de glicose e aumentar a sua sensibilidade à insulina, é o que diz um estudo publicado na Europe PubMed Central.

Garanta o ômega 3 na sua alimentação



Os ácidos graxos essenciais não podem ser fabricados pelo corpo, por isso eles precisam ser ingeridos através de sua dieta.

O ômega 3 tem efeitos na inflamação, nos hormônios, no humor, no metabolismo, no comportamento e em muitos outros fatores. Uma dieta suplementada com ácidos graxos ômega 3 melhora a sensibilidade à insulina e reduz os níveis de triglicerídeos.

Alimentos como salmão, atum, semente de linhaça, nozes e ovos são ótimas opções para incluir na alimentação. 

Beba chá verde



Chá verde é uma opção excelente para melhorar sua sensibilidade a insulina.

Semelhante ao exercício, o chá verde reduz significativamente a absorção de glicose pelo tecido adiposo, e estimula significativamente a captação de glicose no músculo.

Evite gordura trans



As gorduras trans usadas ​​para aumentar a vida útil de produtos na prateleira e também para mudar a consistência de gorduras insaturadas tornando-as mais saturadas.

As gorduras trans causam ganho de gordura abdominal – mesmo quando o alimento é baixo em calorias, e estão associados com a resistência à insulina.

Consuma vitamina E



A vitamina E é um antioxidante solúvel em gordura que elimina os radicais livres. Pessoas que têm baixas concentrações de vitamina E no sangue têm um maior risco de resistência à insulina.

A suplementação de vitamina E aumenta a disponibilidade de glicose e melhora a ação da insulina. A boa notícia é que você não tem que tomar suplementos para a obtenção de vitamina E. Você pode obtê-lo comendo alimentos integrais, como nozes e sementes.

Limite o consumo de frutose



A maioria das pessoas conhece a frutose como sendo o "açúcar da fruta". A grande verdade é que a fruta contém quantidades variáveis ​​de frutose.

No entanto, também é ingerida frutose a partir de fontes de alimentos processados ​​que contenham xarope de milho com alto teor de frutose, e também a partir do próprio açúcar. O açúcar é feito de frutose e glicose, e é uma fonte importante de consumo de frutose.

A frutose é metabolizada pelo fígado. Expondo o fígado em grandes quantidades de frutose leva a uma rápida estimulação de lipogênese (formação de gordura) e de acumulação de triglicerídeos, o que por sua vez contribui para a reduzida sensibilidade à insulina.

Não vá largar de mão as frutas da sua dieta. Pequenas quantidades de frutose são benéficas, e pode diminuir o índice glicêmico da sua refeição.

Evite alimentos processados, e você deverá estar salvo dos efeitos negativos da frutose.

Evite Fast Food




Nem precisa dizer que o consumo de fast-food é fortemente associado com o ganho de peso e resistência à insulina, ou seja, o fast-food aumenta o risco de obesidade e diabetes tipo 2.

Praticamente todo Fast food é rico em gorduras trans e carboidratos com alto índice glicêmico – ambos os quais reduzem a sensibilidade à insulina através de diferentes métodos. 

Aumente a ingestão de fibras



Segundo estudo publicado no American Diabetes Association, aumentar a ingestão de fibra alimentar insolúvel durante 3 dias já pode melhorar significativamente todo o corpo com relação a sensibilidade à insulina.

Ingestão de fibras também possui uma relação inversamente proporcional com o risco de desenvolvimento da resistência à insulina e diabetes tipo II, é o que aponta o estudo publicado no American Medical Association .

Em outras palavras, quanto maior a ingestão de fibras, melhor sensibilidade à insulina menor o risco de diabetes você terá. E para quem luta a muito tempo contra a SOP, nada melhor que aumentar as chances de conquistar o positivo! Até a próxima!

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